Poema publicado no 32º. Salão do Livro de Genebra e no 18º. Salão do Livro e de Culturas de Luxembur

Meu poema "Um estudo sobre a Coragem" foi publicado no Salão do Livro de Genebra, em 25 de abril, em francês e em português, no estande G761, como parte da III Anthologie Cultive, e também no 18º. Salão do Livro e de Culturas de Luxemburgo, realizado de 2 a 4 de março.

O livro que congrega poemas de outros autores brasileiros premiados pode ser adquirido por meio do link:

https://www.cultive-org.com/product-page/antologia-coragem

Os valores serão revertidos em projetos de solidariedade, de caridade e de incentivo à literatura no Brasil, incluindo o Salão do Livro de Nova Alagoa-PB, de 26 a 28 de agosto de 2018.

Agradeço pelo carinho de Valquiria Imperiano, organizadora do projeto "Cultive Art et Littérature", responsável pela inclusão de meu nome entre os Autores de destaque 2018 no 32º. Salão do Livro de Genebra e pela leitura de meus poemas no Salão do Livro e de Cultura de Luxemburgo.

Une étude sur le courage

Ana Paula Arendt

COMPRENDRE le danger, l’échine prise de peur
 

 
Poursuivre, pour rendre au dénouement l’honneur.
 

 
Ne pas crier, quand le coup rencontre ton visage
 

 
Regarder dans les yeux, sans courber la vue en pliage.
 

 
Caresser ton menton et sentir la plaie d’une blessure
 

 
Attendre que guérissent ta mémoire et ta nature.
 

 
Clouer les pieds au sable, au milieu de la torture,
 

 
Quand tout épuise et tout dans la vie se perd
 

 
Avoir la tempérance de l’envergure,
 

 
Pendant q’arrive un ami qui deviendra cher.

Fouiller vers le lointain, où les eaux sont plus profondes
 

 
Détourner des vagues qui déchirent l´écume en simples secondes.
 

 
Garder la concentration et l´effort sur ton propre but
 

 
Écouter le garçon plus jeune, qui l’a déjà fait et qui te salue.
 

 
Après un cauchemar, faire la prière du Notre-Père et même seul
 

 
Se battre contre ses moulins, disperser du mal ses appels.

Élaguer une lettre pour un amour non réciproque
 

 
Effacer tous les messages d’un ennemi qui de toi se moque.
 

 
Vivre du temps présent, contempler les chemins futurs
 

 
Corriger les hommes plus forts et peut-être les plus matures.
 

 
Toutefois continuer la danse, après avoir raté une pirouette
 

 
Fuir des lâches qui pensent cela que pensent des autres têtes.
 

 
Savoir être tout seul, néanmoins ne pas se désespérer, c´est l´art
 

 
Se rappeler que chaque chemin mène toujours à quelque part.

Garder un secret dans un coffre-fort sans plus jamais l´ouvrir
 

 
Écrire tes erreurs d’abord, réveiller plus tôt, porter un sourire
 

 
Charger de toi-même et tes enfants sur gage de ton dos
 

 
Sans savoir si ta marche fournira le pain, les fonds, le feu.
 

 
Ne pas s´évanouir face au défi, au difficile et à l´inconfort

Savoir que un jour ou l’autre chaque homme sera mort.
 

 
Être sûr, bien au fond, que devant le courage hésiteront
 

 
La vague, le couteau, la furie, les ultras et l'ouragan.

Um estudo sobre a coragem

Ana Paula Arendt

ENTENDER que há perigo e sentir na espinha o medo;
 

 
Prosseguir e criar em tempo real o enredo.
 

 
Não gritar, quando o tapa encontra a face;
 

 
Olhar nos olhos, enfrentar sem recurso ao disfarce.
 

 
Passar a mão no queixo e sentir o corte do ferimento
 

 
Aguardar que cicatrizem a memória e o momento.
 

 
Fincar o pé na areia meio ao tormento,
 

 
Quando tudo esvai e lhe faz perdido
 

 
Esperar com temperança o tempo
 

 
Necessário para lhe socorrer um ouvido.

Rumar pra longe, aonde as águas são mais profundas
 

 
Desviando das ondas que esgarçam a tudo em espumas
 

 
Manter o foco e o esforço no seu próprio objetivo
 

 
Ouvir o homem mais moço, que fez o mesmo e está vivo.
 

 
Depois de um pesadelo, rezar um Pai-nosso e sozinho
 

 
Dispersar do mal o apelo, combater os seus moinhos.

Picotar uma carta de amor não retribuído
 

 
Apagar todas as mensagens de algum inimigo.
 

 
Viver do tempo presente, cogitar caminhos futuros
 

 
Corrigir os homens mais fortes e mais maduros.
 

 
Espiralar-se depois de errar uma pirueta
 

 
Afastar-se de covardes a quem fazem medo caretas.

Saber-se sozinho, e nem por isso se desesperar
 

 
Lembrar que o caminho sempre leva a algum lugar.

Guardar no cofre e não abrir nunca mais um segredo
 

 
Anotar os próprios erros, acordar muito mais cedo.
 

 
Carregar nas costas a si mesma e aos filhos
 

 
Sem saber que proverá o passo de andarilho
 

 
Não esmorecer com o desafio, o difícil, o demorado e o desconforto

Saber que mais dia, menos dia, todo homem estará morto
 

 
Conhecer no seu fundo que frente à coragem hesitarão
 

 
A onda, o ultra, a faca, a fúria e o furacão.

Meus agradecimentos à Sua Excelência Cristina Barreira, Embaixadora da União Europeia no Togo, pela inspiração para o poema.

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