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13 de setembro




Aniversário da poeta açoriana Natália Correia (1923 - 1993), nascida em 13 de setembro em São Miguel, nos Açores.


Compartilho este presente do Instituto Camões com meus leitores.


Creio nos anjos que andam pelo mundo

Por Natália Correia


Creio nos anjos que andam pelo mundo, Creio na deusa com olhos de diamantes, Creio em amores lunares com piano ao fundo, Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes,

Creio num engenho que falta mais fecundo De harmonizar as partes dissonantes, Creio que tudo é eterno num segundo, Creio num céu futuro que houve dantes,

Creio nos deuses de um astral mais puro, Na flor humilde que se encosta ao muro, Creio na carne que enfeitiça o além,

Creio no incrível, nas coisas assombrosas, Na ocupação do mundo pelas rosas, Creio que o Amor tem asas de ouro. Ámen.



- Natália Correia, in ‘Natália Correia – Antologia Poética’



"Foi poeta, dramaturga e jornalista, tendo deixado uma vasta obra que se estende por géneros variados, desde a poesia ao romance, teatro e ensaio.


Organizou também várias antologias de poesia portuguesa como “Cantares dos Trovadores Galego-Portugueses” ou “Antologia da Poesia do Período Barroco”. Com a sua personalidade carismática, desafiou as convenções, nomeadamente nos anos em que foi deputada na Assembleia da República. Na década de 80, foi autora da série “Mátria”, da RTP, que apresentava uma visão do lado matriarcal da sociedade portuguesa.


Recebeu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores em 1991, pelo livro “Sonetos Românticos”. No mesmo ano, foi-lhe atribuída a Ordem da Liberdade. Em 1981, tinha já sido feita Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.


Morreu no dia 16 de março de 1993, em Lisboa." Fonte: Instituto Camões.


O Instituto Camões disponibilizou o poema "Autogénese", de Natália Correia, dito pela sua autora durante um serão em casa de Amália Rodrigues no ano de 1968, em que também participaram Vinicius de Moraes, David Mourão-Ferreira e José Carlos Ary dos Santos: https://youtu.be/yPKCNHOgXTg


E mais:


"No Natal de 1965, um livro chamou a atenção dos censores do regime salazarista. Tinha mais de 500 páginas e um rol de versos malditos, com referências explícitas a atos sexuais e outras obscenidades ditas em puro vernáculo. Eram textos dos cancioneiros medievais, vários inéditos e contemporâneos, recolhidos por Natália Correia para a Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica. Um gesto em nome da liberdade julgado como ofensa "aos bons costumes".


A história deste livro proibido estava escrita desde o início. Natália Coreia e Fernando Ribeiro de Mello, editor da Afrodite, sabiam por experiência própria, que os censores condenavam obras ao esquecimento quando, nas suas leituras, encontrassem palavras, ideias ou quaisquer outros indícios que desrespeitassem os valores instituídos pelo Estado Novo. Era pois previsível que um projeto a envolver sátira e erotismo, muito embora em forma poética, resultasse em matéria inflamável.


Claro que a publicação da incorreta antologia, pretendia divulgar matéria com mais de sete séculos de história, composições originais de trovadores, até aí consideradas imorais, que a escritora recolheu, anotou, organizou e, em certos casos, adaptou. A estes juntou versos contemporâneos e inéditos de autores destacados como Mário Cesariny, Luiz Pacheco, David Mourão-Ferreira, António Botto, Herberto Helder, Eugénio de Andrade, Ernesto de Melo e Castro e Maria Teresa Horta."


Fonte: RTP Ensina.






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