Soneto CCLII
QUANTO A MIM, tenho amor à liberdade
E me dizes a liberdade é isto:
Amar o que nos traz felicidades
O espaço que para si conquisto.
Dizer o que eu penso e em ti critico:
Por isso, Amor, eu jamais te troco
Liberdade, liberdade, está neste pico
De te pensar e refazer do que não gosto.
Quem me dera fosse eu também de aço e pedra:
Do teu mesmo material indestrutível e perfeito
Do qual de me ouvir qualquer linha já celebra
Para argumentar apaixonado o teu direito.
Silêncio, eu só terei quando me deixares
Liberdade, de fluir teu sangue e navegar teus mares.
A. P. Arendt. Sonetos de Vontade Votiva
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