Nesta terça-feira, 8 de agosto, tive o prazer de atender ao convite do ilustre Diretor Vanderlei Francisco de Oliveira, da Escola Municipal Dom Pedro I, na zona Norte de São Paulo, para realizar uma oficina de poesia para crianças e adolescentes. Levei alguns livros de presente e agradeço pela doação feita por Dr. Cláudio Gonçalves de exemplares da Ode marítima, de Fernando Pessoa, para a biblioteca deles. Agradeço às Professoras Eliane, Dayane, Beatriz e Regina Saffioti Bellini, pela organização impecável e preparação dos alunos; e em especial à Coordenadora Claudia Dias Branco.
Foi uma experiência magnífica, descobrir Sr. Lázaro, jardineiro e talentoso artista, o cuidado das Professoras e do Diretor com seus alunos. Em todos os cantos se vê a arte no espaço escolar, a fim de tornar o ambiente mais acolhedor e próximo do que deve ser uma escola. Há um bosque literário, uma sala de arte, jardins bem cuidados, horta, sala de leitura, projetor e computadores de apoio. Estão construindo agora um laboratório de Ciências.
A EMEF Dom Pedro I conta com excelente corpo docente e direção, com livros e materiais de apoio de boa qualidade. Os professores se reuniram para acompanhar a agenda antirracista e ler relatório da Secretaria de Educação sobre esse tema, durante o almoço. Para mim foi um grande privilégio aprender um pouco de pedagogia, sob a batuta das Professoras que citam Foucault e exalam o perfume das rosas, que vibram de alegria! Elas guardam uma pureza de coração que nos falta em tantos lugares; falam de como fazer um mundo melhor, trazem a energia que nos incentiva. Essas professoras merecem um mundo melhor.
O resultado surge visível: crianças e adolescentes saudáveis e interessados em aprender mais e em fazer poesia. Cada aluno pôde escrever um poema e cada um deles saiu muito interessante: sentimentos verdadeiros, versos contendo descobertas, guardando o que os alunos mais gostam.
Carlos Nejar, o decano da Academia Brasileira de Letras, trouxe algumas palavras para compartilhar conosco, quando lhe falei da oficina de poesia na escola:
"O poeta tem um lado criança. E o poeta, apenas, pode criar com inocência. Fomos expulsos do paraíso mas sempre voltamos ao paraíso. A criação é o paraíso: o paraíso reconquistado. Não mais perdido. A busca desse paraíso é a busca de uma nova civilização: a civilização da infância."
Essa oficina foi um retorno ao paraíso de nossa infância.
Foi um momento também para partilhar o sonho de que um dia a escola pública possa voltar a ter o ensino de melhor qualidade que as escolas privadas. A visita a essa escola me trouxe a esperança de que esse sonho é possível.
Compartilho o material que serviu de subsídio para os encontros e imagens preparadas pelas Professoras. Boa leitura!
Material para crianças de 12 a 18 anos:
Material para crianças de 7 a 11 anos:
Primeiramente o estudo de história da poesia, leitura de alguns poemas e estudo dos diferentes estilos e formas.
Também uma memória de por que fazemos poesia.
Eu não esperava que os alunos fossem ouvir atentamente. Surpresa agradável.
Penso que isso se deve pela abordagem das professoras e do Diretor, de ter introduzido o tema antes;
e de ter feito uma proposta de participação por livre e espontânea vontade.
No meio da sessão, apagamos as luzes e ligamos um planetário que trouxe de Paris,
para recitarmos o Soneto XIII de Olavo Bilac, da coleção Via Láctea.
Depois da conversa, mãos à obra: vamos sonhar, imaginar, lembrar, ser poetas.
Alunos incríveis, olhares profundos. Uma sensibilidade imensa.
Entre eles, alunos provenientes da Colômbia e da Bolívia elevaram o nosso espírito.
Falamos também da Canção do Exílio, do poeta Gonçalves Dias.
A paixão pelo futebol acabou indo parar no papel!
Como é bom ver crianças sonhando. Saíram versos excelentes.
Bom trabalho dos alunos: uma Professora feliz. Missão cumprida!
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