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contra a pena de morte




“A pena de morte é o sinal permanente e universal da barbárie.”

Robert Badinter, 1928-2024, professor, jurista, senador, Ministro da Justiça e ativista francês.



“Nesta noite de memória e de história, permitam-me acrescentar uma página, uma figura: a de Robert Badinter, que acaba de nos deixar. Tive a oportunidade de conhecê-lo e de trabalhar com ele. Ministro da Justiça, aboliu a pena de morte, um ato do qual devo lhes lembrar? Não houve consenso naquele momento, e este ato lhe rendeu hostilidade e ameaças. Empreendeu numerosas reformas, aboliu as solitárias nas prisões, favoreceu penas alternativas, autorizou a televisão nas celas, esboçou em Mauzac, junto a Bergerac, uma prisão que respeitasse a intimidade dos presos, modelo que infelizmente permaneceu isolado numa época em que o número de prisões vêm alcançando altos patamares. Robert Badinter deixa uma lembrança inesquecível: a de um jurista preciso, preocupado com o peso das palavras, consciente das contradições. De um intelectual apegado à escrita, à obstinada busca da verdade que defendeu contra todo o negacionismo, contra o anti-semitismo, que viveu como filho de imigrantes da Rússia e que matou os seus. Um homem vibrante e apaixonado, sempre pronto para defender causas justas. Nestes tempos sombrios, sentimos falta deste homem das Luzes, certamente digno do Panteão, e mesmo a sua ausência nos encoraja a continuar.”


(Michelle Perrot, 14 de fevereiro de 2024, La Grande Librairie)


“À cette soirée de mémoire et d’histoire, permettez-moi d’ajouter une page, une figure: celle de Robert Badinter, qui vient de nous quitter. J’ai eu la chance de le rencontrer et de travailler avec lui. Ministre de la Justice, il avait aboli la peine de mort, acte pour lequel, faut-il le rappeler? Il n’existait pas alors de consensus, et cet acte lui valut hostilité et menaces. Il entreprit de nombreuses réformes, supprima les quartiers de haute sécurité dans les prisons, favorisa les peines de substitution, autorisa la télévision dans les cellules, esquissa à Mauzac, près de Bergerac, une prison respectueuse de l’intimité des détenus, modèle malheuresement resté isolé à l’heure où, aujourd’hui, les effectifs carcéraux atteignent des sommets. Robert Badinter laisse un souvenir inoubliable: celui d’un juriste précis, soucieux du poids des mots, conscient des contradictions. D’un intellectuel attaché à l’écriture, à la quête obstinée de la vérité qu’il défendait contre toutes les négationnismes, contre l’antisémitisme, qu’il avait vécu comme fils d’immigrés venus de Russie et qui avait tué les siens. D’un homme vibrant et passionné, toujours prêt à défendre les justes causes. En ce temps obscurs, cet homme des Lumières, assurément digne du Panthéon nous manque, et son absence même nous incite à poursuivre.”


(Michelle Perrot, 14 février, 2024, La Grande Librairie)


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