O ABUSO SEXUAL GENERALIZADO EM ESPAÇOS PÚBLICOS
- Ana Paula Arendt
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O ABUSO SEXUAL GENERALIZADO EM ESPAÇOS PÚBLICOS E PRIVADOS
Ana Paula Arendt
É inconcebível que crianças, dentro de uma escola, estejam completamente desassistidas por adultos, a ponto de uma briga se transcorrer sem que nenhum professor ou autoridade escolar interviesse para apartá-los. Além disso, é preciso repudiar a violência sexual contra uma menina de 11 anos pelos colegas: isso não é admissível em nenhum lugar público ou privado. Essa violência começa com a tolerância ao abuso de expor conteúdos que pertencem à esfera de intimidade dos colegas, a fim de recrutá-los para punir a vítima. Quando se quebra o respeito à privacidade, à autonomia e à dignidade da vítima de escolher com quem deseja ter ou não ter amizades, ter ou não ter relações afetivas, lançando num grupo de amigos acusações contra a menina, vão se extrapolando os limites até normalizar a agressão numa mentalidade narcisista, machista, misógina. É sobretudo covarde, a agressão de vários meninos contra uma menina. O problema é que colegas e adultos toleram este passo além da linha vermelha: houvesse tolerância zero a abusos contra a exposição da intimidade de uma colega nos espaços públicos e privados, isto não teria acontecido. Houvesse nas famílias e nas escolas uma educação sexual básica voltada para o respeito! O que é que fulano e cicrana têm a ver com tratativas sobre haver ou não haver relacionamento entre duas pessoas? Se terminou a tratativa ali, por que prosseguir? Mas o agressor narcisista não suporta a recusa ou o fundamento da recusa: divulga a tratativa que deveria pertencer ao domínio afetivo exclusivo entre duas pessoas, abandonando o que deveria ser pautado pelo consentimento mútuo, para constranger a vítima e recrutar mais pessoas para constrangê-la. Não existe igualdade entre homens e mulheres, entre meninos e meninas, neste ponto! As meninas e as mulheres são o lado vulnerável a ser protegido de retaliações e de campanhas de difamação dos rejeitados contra a vítima. É preciso respeitar a vontade da menina, assim como de todas as mulheres, em não prosseguir no assunto, e as autoridades deveriam garantir e proteger esse direito. Além da responsabilização dos pais desses meninos abusadores, perturbados e assassinos, e da necessidade correcional deles urgente, diretores e professores dessa escola precisam ser inquiridos, para que saibamos onde estavam. Precisam ser responsabilizados aqueles que abandonaram a supervisão, e devem ser substituídos e reabilitados, depois dessa mostra de negligência. Devem trabalhar em outra função, pois demonstraram completa inaptidão para supervisionar crianças. Notícia triste, evento abjeto!
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